Nas últimas semanas o país registrou um surto de intoxicação por metanol associado ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas, com dezenas de casos notificados e mortes confirmadas em vários estados. O Ministério da Saúde e as secretarias estaduais têm publicado orientações clínicas e epidemiológicas e montado salas de situação para acompanhamento dos casos.

O Ministério da Saúde já confirmou dezenas de casos investigados e, em atenção aos pacientes, recebeu remessas do antídoto fomepizol para tratamento de intoxicações por metanol. Autoridades federais também criaram um comitê interministerial para coordenar ações entre saúde, segurança pública, Defesa Agropecuária e setor de bebidas e fiscalizações técnicas.

Nesse cenário, a ANTEFFA destaca o trabalho sério, dedicado e responsável dos Técnicos de Fiscalização Federal Agropecuária (TFFAs) — servidores que atuam na defesa agropecuária, na fiscalização industrial e sanitária de produtos de origem animal e na inspeção de estabelecimentos produtores e distribuidores de bebidas. Amostras coletadas em indústrias e distribuidoras estão sendo submetidas à análise técnica pelo Ministério da Agricultura, em parceria com laboratórios especializados, passo essencial para identificar a presença de metanol e a cadeia de produção/distribuição envolvida.

A atuação dos TFFAs se soma ao esforço da Saúde e das forças policiais: enquanto a Saúde cuida da resposta clínica e epidemiológica, e as polícias investigam os possíveis crimes de adulteração e distribuição irregular, os técnicos da Defesa Agropecuária fiscalizam rotas de produção, rotulagem, selagem e procedimentos de controle de qualidade que protegem o consumidor — trabalho que pode evitar tragédias quando bem dimensionado e executado.

A ANTEFFA acompanha os desdobramentos e aproveita o momento para reafirmar: é urgente reforçar o quadro de servidores da Defesa Agropecuária. Mais Técnicos de Fiscalização Federal Agropecuária (TFFAs) e pessoal de laboratório permitirão ampliar a capacidade de inspeção, rastreabilidade de lotes suspeitos e a resposta técnica ágil que casos assim exigem — reduzindo riscos à saúde pública e protegendo a qualidade dos produtos destinados ao mercado interno e às exportações. A entidade conclama o governo federal a priorizar concursos e contratações que garantam efetivo técnico adequado para prevenir e responder a crises de segurança alimentar e de bebidas.

Por fim, reafirmamos a necessidade de comunicação clara ao consumidor: evite consumir bebidas de procedência duvidosa, verifique lacres e rótulos, e procure atendimento médico ao primeiro sinal de sintomas compatíveis com intoxicação por metanol (dor de cabeça intensa, náuseas, visão turva ou perda da visão, tontura). A sociedade, a fiscalização técnica e os órgãos de saúde têm papeis complementares — e só com reforço estrutural será possível reduzir a recorrência de episódios como este.

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